domingo, 19 de março de 2017

A música experimental: o novo e não tão novo.

Coletivo Armstrong Liberado
A sociedade durante toda sua vida está condenada a escutar música de consumo popular. A cultura adolescente é altamente reconhecível em termos mundiais como incompreendida e que sempre recorre ou se refugia no universo musical. Para explicar melhor esta afirmação daremos vários saltos no tempo.

Os que conservam um pouco de melancolia irão se recordar das canções que tiveram influência em nossos pais. Dando um pulo entre várias épocas em que tínhamos artistas famosos como Mariah Carey, Celine Dion, Pink Floyd e Queen, somente para dar alguns nomes, pulando ainda mais no tempo, foi muito popular entre os jovens que hoje têm entre 20 e 30 anos, nos períodos da década de 90 e 00 bandas de jovens como Nsync, Backstreet Boys, Five entre outros cantores solo como Britney Spears, Christina Aguilera e as latinas como Fey, Thalía, Shakira etc. Eram eles quem produzia harmonias com coros e coreografias grudentas. Se lançarmos um olhar atento aos jovens contemporâneos, entre 10 e 18 anos, existem manifestações de fanatismo e uma preferência precipitada para os mercados internacionais e multitudinários como por exemplo Justin Bieber, Ariana Grande, The Weekend, Taylor Swift, Jacke Buggs, One Direction etc. Também gostaríamos de mencionar algo mais local do País Argentino como estrelas multifacetadas que saem de corporações Disney como "Soy luna e Violetta".

Há alguns anos, no tempo de colégio com uma amiga sempre nos reuníamos para ver quem estava "mais na onda" do frenesi de escutar e saber todos os hits do momento. Geralmente as emissoras tocavam muito pop, a música nos compreendia e parecia que eram produzidas exclusivamente para nós de uma maneira especial. Já adulta compreendi que existe uma empresa por detrás que faz investigações com a população com o objetivo de produzir música que agrada um público específico. Entretanto, centrando-nos na cantoria pop de virtuosos plásticos atuais, é incompreensível, quer dizer, não tem nada ligado à idade que transcorreu, levando em consideração ainda que as celebridades de antes disputavam para mostrar talento que possuíam, agora é muito mais fácil, porque possuem ajuda de controladores que distorcem a voz, e acreditam serem cantores da noite para o dia. 

A diversidade de canções que recentemente são importadas e exportadas (explícitas ou não explícitas, que exteriorizam a discriminação ou de apelo sexual) têm mudado com características grandes e notáveis. No entanto, para quem procura algo diferente, existe uma nova alternativa para o que escutar, mesmo que ainda pareça um disparate. Estamos falando do que se considera ruído e se converte em algo musical. Colheres chocando-se provocam um som e a combinação de utensílios constroem uma melodia, também disso se trata a música experimental, pesquisar objetos que nos oferecem os elementos cotidianos para engendrar músicas.  


      Entre as vantagens de dedicar-se a esta dinâmica é que não é necessário ter experiência de um conservatório ou aulas com professores distintos que muitas vezes são muito caras, aqui o objetivo principal é explorar. Uma anedota curiosa que passei há algumas semanas, e gostaria de compartilhar, um dia estava no sofá zapeando pela tv e deixei em um canal que sempre assistia, assistindo um pouco, antes de desligar a televisão, começou um velho capítulo de Peter Capusotto (figura pública daqui da Argentina que admiro muito) e como eu sempre o assisti já tinha visto este episódio, neste capítulo o protagonista principal tirava sarro dos artistas que faziam melodias com objetos de casa. O que antes me causava diversão, na conjuntura de assisti-lo novamente perdeu sua graça, também porque está música tornou-se algo comum em minha vida e de muitos músicos que se consagram nesta ocupação.

      Assim pondo-me de maneira reflexiva eu me dei conta de que os tempos mudam e a evolução da teoria musical teve uma grande ressonância. Então agora os convido, para aqueles que ainda não conhecem, que pesquisem sobre esta temática, irão se surpreender como nos últimos anos o cenário tem crescido e cada vez mais pessoas se contagiam.


Para terminar uma frase de John Cage 1912-1992. Compositor, instrumentista, filósofo, teórico musical, poeta, artista e pintor estadunidense.


"Não entendo porque nós se assustamos com novas ideias. Eu me assusto com as velhas". 

Aqui deixo várias opções onde poderão conectar-se no cenário da música experimental para que se ambientem.

www.jamendo.com 


Totalmente Creative Commons (compartilhar de igual para igual) onde pode utilizar os áudios sem preocupação de infringir direitos autorais. Só irá precisar de uma conta e poderá desfrutar da diversidade. 

www.soundcloud.com


Aqui existe um banco de sons onde poderá ver artistas que compartilham seu material, alguns devem pedir permissão para utilizar. Faça tua conta e desfrute de escutar boa música.

www.spotify.com 

Você só irá precisar de uma conta de usuário e poderá desfrutar de muita música e atualizações que o Spotify oferece.


Texto escrito por Heráclita Efesa, radicada na Argentina, professora, interessada em Software Livre, História da Música Experimental. Escreve suas memórias em "El Devenir Perpetuo y la Lucha de Opuestos por La oscura Heraclita efesa

Traduzido exclusivamente para o blog. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário